segunda-feira, 19 de abril de 2010

A moda das pulseiras coloridas

teste

Eu estava neste domingo chuvoso assistindo a reportagem sobre as pulseiras coloridas e como elas foram totalmente desvirtuadas da conotação infantil que tivera nos anos 80. Eu também as usei, e olha que sou de 74. Mas não existia essa de sexo pela cor! Nem sexo existia, existia apenas a diversão de ter pulseiras de silicone que mais pareciam plástico com água dentropulseiras . Tudo era novidade, era uma diversão só.

Daí meu amigo, eu nostalgiei geral . Lembro dos anos 80 como a época da breguice total. Do surgimento do novo mundo. Tudo que rolava na TV estava vindo pra gente.

Eu comecei com sete anos logo a possuir um relógio. O relógio do Mickey! img2 Eu achava maior barato, gostava muito. Era de dar corda, você colocava no braço e saia mostrando pro povo sem nem saber as horas. Também foi uma das únicas coisas que eu ganhei que eu adorava. A situação financeira de meus pais não ajudava muito a ter o "do bom e do melhor". Quando meu relógio do Mickey quebrou, ganhei de meu pai um cebolão da citizen (bostaaaaa). Eu achava maior ridículo usar aquele cebolão, vivia fingindo que se esquecia de colocar no braço quando ia pro colégio.

Depois veio a moda dos tênis. Porra, meus tênis de preferência, de verdadeira adoração era os All Stars, converse_all-stars3 Bamba, bigPhoto_0 Rainha toper e outros...

Sabe o que eu ganhei? Uma porra de bota ortopédica (merdaçaaa)

O fdp do médico disse que eu tinha pés chatos e que poderia acabar tendo que usar aqueles aparelhos que o Gump usou quando criança. Eu meio que apavorei. Minha mãe conseguiu comprar umas botas do tipo Frankstein Junior 105 (desenho TV anos 80).

Eu andava pela sala de aula que era piso de madeira parecendo que derrubaria tudo. A galera maior onda comigo, bando de fdps!!

E quando eu jogava bola? Eu já nem era lá essas coisas jogando de tênis. E com botas daquelas que tava usando eu não tinha chance de acertar uma bola.

Certa vez tava na rua batendo uma bolinha com aqueles gols feitos de 2 pedras de paralelepípedos em cada lado do campo improvisado na rua, medindo 9 passos de cada lado.

Maior galera disputando uma pelada acirrada. Eu na defesa, por que era aonde me mandavam ficar né.

Certa altura sobrou à bola pra mim, eu subi no ataque com aquele jeito todo sofisticado de carregar a bola e mais 10 kilos de borracha junto. Quando me deparei com o golzinho aberto, só deu pra mim, era minha vez de fazer o gol e sair vitorioso.

Parênteses na historia.

Nesse dia tinha uma babá que era empregada da nossa vizinha, e tomava conta do filho dela que tinha quase 2 anos o moleque.

Eu achava essa babá super gatinha. Maior infanto-apaixonite, e dava tudo pra ficar vendo aquela loirinha de olhos verdes sorrindo timidamente para mim toda vez que a gente se cruzava. Note que eu fazia que isso acontecesse todos os dias. Nem que eu ficasse plantado no sol.

Pois bem, ela tava naquele dia da partida, que por sinal tava lotadassa a rua. Tinha mais de quatro galeras das ruas de cima e de baixo. Parecia final Corinthians e Palmeiras.

Voltando a realidade.

Eu lá pronto pra chutar, era só finalizar, pronto bati firme na bola.

O que eu imaginava era que a bola seguiria reta pro gol, não que ela saísse de lado, igual espirrada de taco de mesa de sinuca. A bola simplesmente saiu toda pra esquerda, como se eu tivesse apontando pra calçada e pros “torcedores” que estavam no mínimo esperando o gol e não um pé quebrado como eu que tivesse feito isso.

O que aconteceu foi doloroso demais pras minhas pretensões românticas. Eu simplesmente consegui acertar a testa do guri que estava nos braços da babá, a fazendo ele cair pra trás junto com ela que tava de vestido curto, mostrando todos os fundos e "cositas más" pra galera toda.

Foi o auge da gargalhada!

A molecada dando maior gargalhada, a mina com o guri chorando com um puta vermelhão na testa. A mãe do garoto correndo abanando pro menino não engolir o choro de roxo que tava. E a maior bronca na pobre da babá que não era lugar pra ela estar com o filho dela.

Amigos... Fui banido completamente da vida da loirinha. Nunca mais ela nem olhava de lado. Putz!

Daí por diante, andei a bicar a botina nas paredes pra ver se rasgava. Minha mãe me mandava encerar a merda da bota todo dia. Apanhava mais que cachorro em rinhas de briga.

Quando conseguir me livrar daquela bota, adivinha o que eu ganhei?

Kichute kichute00 e Conga8326_02Conga . Dois pares de sapato que eu achava maior coisa feia do mundo. O conga era pra sair e o Kichute pro colégio.

Quando eu queria estragar o Kichute,  fazia as mesmas molecagens que fazia com a bota ( chutava as paredes). Minha mãe também me mandava encerar aquela porcaria. Imagina só, tênis encerado?

O Kichute era tão bom que só estragava na gola dele, que se desfiava todo. Eu ficava sonhando que iria calçar um All Star, um bamba de enfiar sem cadarço, que nada! Só Kichute. E com o tempo, nem conga era. Ficou vindo Kichute, Kichute, Kichute. Em festas, eu usava Kichute. Tudo virou Kichute na minha vida.

Graças a Deus, que com quinze anos eu já trabalhava. Dava pra comprar os sapatos que tanto eu gostava. Só que nunca fui bom de escolher tênis. Eu comprava pelo BB (Bom e Barato). Quando saia com um All Star, ou bamba de enfiar, bastava chover que eu voltava pra casa com a sola parecendo língua de boi pra fora. O solado todo arrastado, porra de cola feita a base de cusper!

Passei muito tempo apanhando com tênis na minha vida. Hoje apanho menos, quer dizer bem menos né.

Uma coisa que não me saia da cabeça também era relógios. Engraçado que hoje sou avesso a usar quaisquer relógios. Mas com 15 anos era a moda dos relógios da Championmeio_agosto e Casiorelogio casio 80s calculadora . Dos relógios da Champion eu comprava aqueles que você podia trocar a pulseira. Bastava apertar o miolo que saia, e você colocava em outra pulseira. Eu tinha o kit pulseiras, todas as cores, menos o rosa, óbvio!

Agora como eu combinaria as pulseiras brancas, verdes, vermelhas com a roupa nem me passava pela cabeça. Eu usava aquela breguice na maior alegria.

Depois veios os Casios. Ahhh os Casios!!!!

Era disputa no colégio quem tinha o Casio da hora (trocadilho). Tinha o Casio com visor laranja. O Casio simples só com mostrador. O Casio com teclado e calculadora. E o mais sensacional o Casio com joguinhos, maior carãoooo.

A gente comprava o Casio e ficava indo pra ver se ele agüentava mesmo água. Afinal era Casio de 50 metros porra!

E as pulseiras dele? Só quebrava no talo. Rasgava depois de 4 meses. O fundo da tampa todo cheio de massa branca de suor debaixo dele. Afinal que tinha um Casio, não tira seu Casio do pulso por nada nesse mundo. Eu comprava as pulseiras do Seu Pedro - Relojoeiro.

Ele tinha as siliconadas e as pebas. 10,00 e 5,00 contos respectiva mentes. Ele mostrava as siliconadas e diziam que demoraria muito mais pra se torar.

- “Olha só como dobra!”

Eu comprava a de 5,00 mesmo. Afinal ninguém notava, eu não tirava mesmo do braço.

Nesse tempo nossa maior diversão era ir para o Playtoy ou filar atari na casa do amigo mais rico. Jogar River e enduro.

Das músicas eu ouvia Dire Streits, Prince, Madonna e Michael Jackson;

Curtia na TV – Jaspion, Ultra Man e o Juba e Lula – armação ilimitada, e super máquina;

Cinema – Rambo, A hora do pesadelo, Jason, a hora do espanto, que por sinal, só fui assistir o filme todo,  anos depois.

No domingo à noite, eu achava que minha vida se tornaria uma merda de novo, quando Silvio Santos encerrava o show de calouros e dava uma boa semana para todos até o próximo domingo. Daí eu mudava pra globo e via a vinheta de domingo maior com aquele clássico sax avisando que a ultima coisa importante era aquele filme, depois a TV ficava no chiado. shshshshshshshsh

4 comentários:

  1. Putz grila, eu usei estas botas ortopédicas, e acho que tenho até hoje este Casio calculadora e o relógio Champion.

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  2. Adorei! Também sou dos anos 80, lembro de tudo isso! Ah, eu também usei botas ortopédicas e, detalhe, as minhas eram brancas!kkk!

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  3. Valeu Dady por opinar! Anos 80 época maravilhosa.

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  4. kkkkk... a poucos dias retomei uma das minhas fascinações de criança. O relógio Champion que troca as pulseiras. Maior barato!

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